Sobre essas últimas, não tenho do que reclamar, muitas coisas boas aconteceram, e pouquíssimas desagradáveis. Seguiram como, felizmente, tudo tem andado para mim ultimamente.
Na minha infância, férias sempre representaram ir ver os parentes e passá-las em Ibitinga e em Novo Horizonte, o que me agradava, uma vez que era oportunidade rara de rever alguns entes queridos, primos e muitos outros familiares. Ao chegar ao fim, ficava contente por poder voltar pra São José dos Campos, mas triste por saber que a próxima oportunidade de estar na região onde, hoje, eu moro, só viria com as próximas férias. Anos depois me mudei pra cá, e o mesmo ocorria, mas sendo minha cidade natal o destino das férias e ocorrendo com menos freqüência.Nos dois últimos anos, as férias do Coc têm representado deixar a vida em Ribeirão e ter uma oportunidade para rever amigos que estão, em geral, fazendo facul e morando fora, e ao chegar o fim, ainda o sentimento de tristeza e alegria.
Foi relembrar as férias dos últimos quatro, principalmente os dois últimos anos, que me fizeram vir a mente os pensamentos aos quais me referi.
Não sou de reclamar ou lamentar, e dificilmente verão tais atos por aqui, porém o que virá a seguir será uma dessas exceções. Gostaria de estar mais em São José dos Campos, de estar mais em Novo Horizonte, de passar mais finais de semana em Ibitinga, de passar mais finais de semana em Ribeirão, de poder passar todo o tempo que gostaria ao lado das pessoas que são importantes pra mim. Mudar-me de cidade duas vezes me fez deixar pra trás muitos amigos, muitos casos, alguns amores e muitas lembranças. Calma, não pretendo parecer pseudo-depressivo, afinal, esse processo é relativamente doloroso, entretanto deu-me oportunidade de amadurecer e conhecer novas pessoas que, por mais que a vida leve pra longe de mim sei que permanecerão comigo. Quem nunca ficou anos sem rever aquele bom amigo, e quando o reencontra a conversa flui como se fossem duas pessoas que nunca se separaram?A vida é sempre tão cheia de obrigações, de afazeres, de empecilhos, de poréns que, muitas vezes, acaba nos levando à sua própria vontade. Vamos navegando nesse mar, com mastro, vela e timão, porém sem um mapa e sem poder prever quando os ventos estarão calmos ou quando enfrentaremos uma tempestade.
Ainda que tudo isso seja complicado, quando olhamos para os lugares interessantes a que chegamos, para as pessoas interessantes que encontramos, esse processo passa de doloroso a agradável.
Acho que saber perceber, aceitar e tirar proveito disso é uma forma de amadurecimento.
Sim, tirar proveito sim. Aquelas noites jogando bola, aquelas tardes na piscina do Top, no Colinas ou no Portal da Serra, aquelas tardes de churrasco, aquelas noitadas, aquele beijo, essa estima, essas lembranças, isso, ninguém me tira. E ainda, quem sabe o que virá? Quem sabe quantas pessoas e lugares novos conhecerei? Quantas novas lembranças terei? O que a vida ainda me dará? Isso me dá vontade de continuar navegando
“Who knows where the wind of time blows, and which places will life take us all?"
trecho de uma canção a um amigo distante.
Não sei o que seria da minha vida se nunca tivesse me mudado, como desejei naquela tarde quando meu pai anunciara a mudança. Não sei o que seria da minha vida sem as pessoas que conheci em Ibitinga ou em Ribeirão. Hoje eu agradeço por ela ter me trazido onde me trouxe, mas lamento não ter todos aqueles que estimo ao meu lado.
No fim do ano vêm os vestibulares, e a possibilidade de deixar Ribeirão Preto, cidade que me proporcionou muitos momentos que não vou esquecer. Além disso, sala de cursinho, muitos passam e cada um vai pro seu lado, fica difícil rever todos, o que me conforta é saber que mesmo com a distância a amizade permanece.
Se me mudar novamente, sentirei saudade de todo o pessoal, do Coc, do meu apartamento (do seu Raul não... hahahahah), das festas e tudo mais. Mas sei que poderei experimentar outros bons momentos em outro lugar, e que sempre terei estima por essas pessoas que marcaram minha vida, e que o sentimento será recípocro.
De qualquer forma, ao menos mais seis meses ainda me restam naquela cidade, então pretendo curtir o máximo possível, sem esquecer os estudos, afinal tenho um objetivo.
“Não há tempo que volte, amor. Vamos viver tudo que há pra viver”
Lulu Santos
Isso é tudo, não sei se pude ser bem claro, mas espero que sim. Resta a penas desejar:
Bom restante de férias a todos e um grande abraço, em especial àqueles que estão distantes agora...